quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - VI

O III Congresso Sul-Riograndense de História e Geografia

Nota-se um grande destaque para o referido evento donde provém a publicação de anais com 2978 páginas (MONTEIRO, 2002, p.23). Esta reunião de artigos propôs juntar a maior quantidade possível de estudos sobre Porto Alegre e o Rio Grande do Sul. Para formar tal documento foram reunidos trabalhos escritos por diversos autores como membros do IHGRS, advogados, professores universitários e jornalistas. Tal iniciativa foi vista como um grande marco da produção literária sobre os respectivos assuntos.

O Congresso tinha como principal missão uma divulgação maior sobre os estudos históricos de Porto Alegre. Com esta preocupação Walter Spalding divulga um artigo intitulado “A escravatura em Porto Alegre”. Este centra a sua defesa na história da sesmaria de Jerônimo de Ornellas em 1740. O documento poderia ser visto como uma grande explicação teórica para toda a mudança histórica proposta para as festas do bicentenário, com referências tiradas de atas da câmara e cartas sobre as sesmarias. Muitos outros teóricos na mesma publicação buscam reinterpretar a história da capital com os mesmos itens.

Um artigo intitulado “Evolução Arquitetônica de Porto Alegre” feito por Ernani Corrêa (MONTEIRO, 2002, p.29) chama a atenção pelo apelo político. No documento existe uma análise da história da cidade dividida em três períodos: Otávio Rocha, Alberto Bins e Loureiro da Silva. O texto aborda a questão do Plano Diretor de Porto Alegre e das mudanças que as três referidas administrações executaram. Nesta analise é evidenciada a beleza dos chamados prédios modernos do Centro da cidade autorizados pelos dois últimos prefeitos.

A cada dia de Congresso o Correio do Povo exibia uma completa reportagem com informações discutidas nos eventos e a programação da reunião subsequente. Fica claro o apelo feito na mídia pelo grupo intelectual que compunha a edição como Gilberto Freyre, Mário de Andrade e Getúlio Vargas (MONTEIRO, 2002, p.22).


Lista geral de referências.

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