segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Busto Realocado

Em abril de 2010 um busto de Jose San Martin foi pintado por vândalos, o respectivo marco era localizado de frente ao Monumento dos Açorianos. Além disto a obra já tinha há anos suas placas comemorativas furtadas, aonde incluia a sua inauguração (22/11/1985). A peça  foi modelada por Juan Carlos Ferraro em 1978 e ofertada para Porto Alegre pelo Rotary Club da Argentina.

Em maio/junho deste ano a Prefeitura de Porto Alegre fez uma pequena restauração na Praça Argentina e com isto o busto de San Martin foi realocado para este novo sitio. Aqui deve-se fazer uma observação que os restos da estátua de Apollinário Porto Alegre nem foram tocados, continuando um deprimente pedestal vandalizado. No novo local a obra foi colocada em um pedestal simples e sem nenhum resquício ou espaço para as placas comemorativas originais. Ao lado do monumento foi colocada uma pequena placa onde mostra que a restauração e realocação foi ofertada pelo Consulado da Argentina e pela "La Comunidad de Residentes Argentinos".

Busto vandalizado em seu lugar original

Já restaurado na praça Argentina.

Referências:


ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.

O novo astral da Praça Argentina. Zero Hora. Porto Alegre, 24 ago. 2010, p.39.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Medalhão de Joaquim Murtinho

Infelizmente os monumentos não estão a salvos nem em lugares fechados, aqui retrato o caso da efígie para Joaquim Mutinho (político brasileiro e médico homeopata) na Liga Homeopática do RS.  Inaugurado em 01/05/1952 sendo o autor André Arjonas, a peça localiza-se na frente da estabelecimento e protegida por grades. Segundo informações do site a homenagem foi depredada na noite de 09/03/2009, em uma imagem do sítio pode-se notar que no pedestal é pendurado um pequeno cartaz para tapar tal agressão(a fotografia abaixo foi tirada em um sábado com o estabelecimento fechado).


Imagem do medalhão ainda conservado.

Fonte: http://www.ligahomeopaticars.com.br/noticias/index.php?id=54&tipo=2027

Referências: 

Histórico. Disponível em: http://www.ligahomeopaticars.com.br/noticias/index.php?id=54&tipo=2027

ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Monumento à Árvore

Continuando nossa série sobre monumento esquecidos pela cidade eu apresento uma homenagem até certo ponto incomum: Monumento à Árvore. Localizado na Praça Guia Lopes a presente obra foi colocada no mesmo dia da inauguração da Avenida Teresópolis (20/09/1911). Nesta ocasião houve a presença de diversas autoridades e uma grande festa alusiva à proteção de árvores com placas espalhadas no local com os dizeres "Respeitem às árvores". Ainda na mesma comemoração cantou a Banda da Brigada Militar e salvas de tiros foram executadas. Vale lembrar que por muito tempo a presente escultura era conhecida como Obelisco a Alarico Ribeiro, já este foi o criador da Festa da Árvore em 1904 ocorrido na Redenção.
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A escultura foi duramente depredada com o passar dos anos, em sua parte superior portava uma esfera em conjunto com uma estrela, um milho e um cacho de uva(para representar a cultura do bairro), todos feitos em mármore. Também existia um retrato em porcelana de Alarico Ribeiro. O que restou foram placas com os nomes de Carlos Barbosa Gonçalves, Zeferino Brasil & Murillo Furtado (citados como autores do chamado Hymno das Árvores), José Montaury e também um interessante relevo que apresenta a pauta do já citado hino.
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É uma pena um monumento com uma mensagem tão singela e atual estar esquecido em uma praça. Um agravante poderá acontecer no ano de 2011 já que será o centenário de criação da peça. Devemos entrar em contato com a administração municipal para que algo seja feito já que de qualquer forma este é um dos marcos mais antigos ainda de pé dentro da Capital.








Fonte:

ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.

Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - IX

O Novo Bicentenário

Durante muitos anos Porto Alegre utilizou-se da data definida por Loureiro da Silva. Entretanto ainda existiam polêmicas na sociedade intelectual da cidade já que muitos viam Jerônimo de Ornellas como um simples estancieiro agraciado com terras. A questão principal gira em torno do termo colonização, que demonstraria um ato de povoamento de determinado território com famílias. Riopardense de Macedo atesta uma nova visão histórica onde o “povoamento de Porto Alegre deve ser contado a partir da chegada dos casais açorianos vindos de Santa Catarina, em 1752, e que a data de fundação do povoado poderia ser a da criação da freguesia.” (MACEDO, 1973, p.62). É com base nessa idéia que surge uma teoria concreta sobre do povoamento da futura capital quanto esta vira a Freguesia de São Francisco de Chagas em 26 de março de 1772, segundo documento estudado pelo IHGRS.

Na gestão de Telmo Thompson Flores (de 1969 a 1975) é oficilizada a nova data de fundação da cidade. O novo marco comemorativo foi aprovado em 1971 pela Câmara de Vereadores da Capital baseado no ofício publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico em 30/11/1971 para o vereador José Aloísio Filho. Esta nota é republicada no Correio do Povo do dia 26/03/1972, já dentro da comemoração do novo bicentenário da cidade. No comunicado o Instituto afirmava ter uma nova posição em relação à data desde 1953.

A nova comemoração bicentenária de Porto Alegre foi bem mais discreta do que a de 1940. O Correio do Povo não apresentava grandes matérias sobre a comemoração, concentrou-se em alguns textos de historiadores que comentavam a data. A prefeitura também não quis fazer festividades mais incisivas e as propagandas homenageando a cidade foram mais contidas.

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Aqui encerro a série sobre o Falso Bicentenário, devo apontar que encaixar um tema tão interessante e pouco abordado em uma disciplina da faculdade foi muito bom! Abaixo segue uma foto do autor que vos fala no dia da apresentação do referido trabalho.



Lista geral de referências.