quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

5 Anos de ArquivoPOA

O blog entra no seu quinto ano com produção a mil. Ando pesquisando muita coisa relacionada a arquitetura moderna da cidade buscando encontrar a história de prédios e casas que ainda sobrevivem a especulação imobiliária. Sinto uma profunda decepção da página ficar sem nenhuma postagem no ano de 2013, por isso tenho como meta que 2014 seja o ano mais produtivo. Falando nisso, em termos de estatísticas, 2010 foi até o momento o período em que mais publiquei material, totalizando 49. 

Finalizo com o top 5 postagens mais acessadas do blog:

30/03/2009, 8 comentários
4407
21/03/2010, 2 comentários
3676
08/03/2009, 10 comentários
2229
09/12/2009, 1 comentário
1043
15/03/2010, 3 comentários
751

JonasRS

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O Tobogã do Parcão

O Parque Moinhos de Vento situa-se em uma área onde era o antigo hipódromo do bairro, sendo este removido em 1962 para a construção do atual Parcão. A área só foi inaugurada em 9 de novembro de 1972 (SASTRE, 2011), fazendo assim com que o local passasse anos abandonado.
No ano de 1971, para ocupar a área onde atualmente se localiza o monumento a Castelo Branco, foi colocado um tobogã gigante. Conforme Sastre (2011, p.201), "o brinquedo tornou-se uma verdadeira febre, com filas gigantescas de crianças e adultos querendo seus 30 segundos de descida rápida". Mas logo a atração perdeu seu publico por ser muito repetitiva e rápida, fazendo com que fosse removida da área dois meses após a sua implementação.

Retirado de SASTRE (2011, p.202). Reprodução do jornal Zero Hora de 14/07/1971, p.6.

SASTRE, Rodolfo Marques Farroupilha e Moinhos de Vento: a urbanidade dos parques públicos de Porto Alegre. 2011, 238 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura)-Programa de Pesquisa e Pós-Gradução em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/39659> . Acesso em: 26 fev. 2014.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Os Projetos do Viaduto Otávio Rocha

O Viaduto Otávio Rocha é considerado a principal obra de ligação do Centro de Porto Alegre com a Zona Sul. A obra apresenta como característica o rebaixamento do acesso ao núcleo urbano da capital já que este se encontra em uma zona alta, sendo o projeto criado pelo engenheiro Manoel Barbosa Assumpção Itaqui em 1927.
Apresento abaixo dois desenhos de projetos que acabaram não sendo aproveitados, eles foram retirados da dissertação "A arquitetura de Christiano de la Paix Gelbert em Porto Alegre (1925-1953)" de Taísa Festugato. Deve-se citar que estou estudando o material que é recheado de detalhes sobre as obras do arquiteto Christiano de la Paix, profissional que trabalhou na prefeitura de Porto Alegre executando diversas obras públicas.
Conforme Festugato (2012), em 1927 foram criados dois estudos urbanísticos dentro Comissão Especial de Novas Obras da Prefeitura de Porto Alegre para o viaduto. O primeiro deles foi elaborado por Duilio Bernardi. No desenho reproduzido abaixo se pode notar o uso de nichos para delimitar portas e esculturas, na parte superior desenvolvesse uma escada com alguns espaços planos.



Desenho de Duilio Bernardi. Retirado de Festugato (2012, p.41). Reprodução do Acervo EPAHC

O segundo projeto era do então desenhista chefe da Prefeitura de Porto Alegre Christiano Gelbert. Em seu projeto existia uma fonte dividida em três partes com uma escultura, nichos nas portas e lances de escadas. Outra peculiaridade são os elementos adaptando-se ao tamanho da subida da escadaria.

 Desenho de Christiano de la Paix Gelbert. Retirado de Festugato (2012, p.41). Reprodução do Acervo EPAHC.

Ambos os projetos apresentam um forte caráter decorativo principalmente pelo uso de esculturas mas nenhum acabou sendo utilizado. Festugo (2012) comenta que Manoel Itaqui era amigo do então prefeito Otávio Rocha. Em um encontro casual, o engenheiro acabou rabiscando na hora o que viria a ser o projeto aprovado para a construção do viaduto. Ainda baseando-se nas considerações de Festugo, a obra de Itaqui apresentava duas diferenças significativas aos projetos de Gelbert e Bernardi: rampa escalonada para suavizar a subida e o pórtico arqueado que cria uma galeria coberta em parte do percurso.

 Rampa ao invés de escadarias

Galeria sobre a calçada

FESTUGATO, Taísa. A arquitetura de Christiano de la Paix Gelbert em Porto Alegre (1925-1953). 2012, 180 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura)-Programa de Pesquisa e Pós-Gradução em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/67061> . Acesso em: 25 fev. 2014.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Residência de Fernando Corona

Atualmente venho dedicando um pouco do meu tempo ao estudo do início da arquitetura modernista em Porto Alegre. Pretendo me aprofundar mais no assunto e criar uma boa sequência de posts para o primeiro semestre de 2014. Esta pesquisa teve como ponto inicial o livro “Arquitetura Modernista em Porto Alegre: entre 1930 e 1945” de Günter Weimer, o qual comprei há alguns anos.

Dentro da arquitetura de Porto Alegre é recorrente citar o nome de Fernando Corona. Além de responsável por diversos projetos arquitetônicos na cidade, também foi um destacado professor, ensaísta e escultor.

Corona projetou sua moradia na Rua Doutor Timóteo sendo esta aprovada pela Prefeitura de Porto Alegre em 1934 (WEIMER, 1998). A residência do arquiteto era caracterizada pela simplicidade dos traços e completa inexistência de adornos, caracterizando-se como um típica construção influenciada pelo Modernismo.

Segundo Weimer (1998), a casa de Fernando Corona apresentava a peculiaridade de se apoderar de uma linguagem que estava iniciando e que, consequentemente, ainda estava sendo bastante criticada.  O pesquisador citado aponta que tecnicamente o edifício não apresenta valores técnicos singulares, mas é um dos sobreviventes do início do Modernismo em Porto Alegre.

A construção atualmente apresenta uma grande descaracterização. Weimer (1998) em seu livro já apontava que o local estava com uma vitrine, porta e elementos vazados que não eram de seu projeto inicial. Abaixo segue reprodução da fachada desenhada por Weimer.

Retirado de: WEIMER, Günter. Arquitetura modernista em Porto Alegre: entre 1930 e 1945. Porto Alegre: Prefeitura de Porto Alegre, 1998, p. 65-66.

Em imagem retirada da dissertação de Szekut (2008), sendo esta originalmente componente do acervo da Sra. Magali Corona, nota-se Fernando Corona com Oscar Niemeyer e a turma de arquitetos do IBA em 1949 na frente da respectiva residência.

Retirado de: SZEKUT, Alessandra Rambo. Vertentes da modernidade no Rio Grande do Sul: a obra do arquiteto Luís Fernando Corona. 2008, 349 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura)-Programa de Pesquisa e Pós-Gradução em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008, f.23.

No registro fotográfico feito no dia da presente postagem, notam-se diferenças referentes a fachada. Elementos de madeira tapam boa parte da estrutura, como é o caso da sacada, e duas colunas falsas foram inseridas. O prédio ainda perde todo seu aspecto visual de sua estrutura pelo uso da cor preta, que serve para realçar a logomarca e a vitrine da loja que funciona no local.



É uma lástima que a antiga residência encontre-se em tão inexpressiva (ou seria escondida?). O exemplar, além de ser um dos primeiros representantes da vertente modernista aplicada em domicílios, carrega o legado de ter sido a habitação do imprescindível Fernando Corona.


SZEKUT, Alessandra Rambo. Vertentes da modernidade no Rio Grande do Sul: a obra do arquiteto Luís Fernando Corona. 2008, 349 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura)-Programa de Pesquisa e Pós-Gradução em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10183/18362> . Acesso em: 17 fev. 2014.

WEIMER, Günter. Arquitetura modernista em Porto Alegre: entre 1930 e 1945. Porto Alegre: Prefeitura de Porto Alegre, 1998.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Antigo Armazém no Sarandi

Penso que um blog que trate da história de uma cidade não deve ficar focado em discutir apenas sobre suas áreas de renome (como o Centro Histórico e etc...). Por isso o ArquivoPOA tem como meta resguardar também imagens de lugares que não estão nos "holofotes" dos moradores da capital. 
Motivado pela reflexão acima, trago aqui imagens produzidas no bairro Sarandi. O imóvel retratado é um antigo armazém localizado no cruzamento das ruas Vidal Barbosa com Mascarenhas Figueiredo. Nota-se que a edificação é composta por uma antiga peça de alvenaria e outra de madeira. Infelizmente não existe nenhuma informação sobra a história do local.
Mesmo aparentemente abandonada, continua tendo manutenção do corte de grama.


Detalhes de construção como o formato de janelas e portas mostram um estilo construtivo diferenciado em relação as casas vizinhas, determinando este como sendo um local peculiar sobrevivendo a passagem do tempo dentro do Sarandi.




quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Um pequeno modernista [Post nº100!]



O pequeno prédio acima está localizado na Travessa Comendador Batista e há alguns anos agoniza em meio ao ostracismo. Como pode-se ver na imagem, sua fachada está pichada e existem sinais de arrombamentos na porta de entrada. A edificação apresenta elementos do início do Modernismo com algumas linhas de inspiração art-decó.


Em imagem retirada do Google Maps datada de junho de 2011, podemos ver uma placa de venda que possivelmente era direto com o proprietário. O valor pedido na época era de R$320.000,00. Penso que este prédio pode muito bem já ter sido comprado, entretanto, paira a dúvida de qual será o seu destino: seria restaurado ou destruído para a construção de uma nova edificação?