domingo, 25 de março de 2012

Monumento da Discórdia



Na ponta do Parque Moinhos de Vento existe uma escultura gigantesca em homenagem ao ex-presidente Castello Branco. A obra encomendada por grupos empresariais da cidade, foi oferecida para artistas reconhecidos da década de 70, tais como Xico Stockinger, Vasco Prado e Carlos Trenius, sendo executada por este último e inaugurada em 1979.


A obra, que já é polêmica por homenagear um presidente militar, virou também motivo de críticas pelo seu monumentalismo exacerbado. Quem caminha pelo parque nunca consegue ver o trabalho por inteiro, pois árvores impedem a visão e o local apresenta prédios em todo o entorno. O problema foi iniciado já que o projeto foi encomendado sem um local específico para a sua colocação. Foram cogitados a parte da Redenção em frente ao Colégio Militar (nada mais propício, diga-se de passagem) e o Parque Marinha do Brasil. Ao final o monumento recebeu um espaço no recém criado Parcão.


José Francisco Alves cita em seu livro o incomodo que o monumento causava (e ainda causa) nos transeuntes, por fatos como tamanho desproporcional, a carga pesada das figuras “sem emoção” (segundo Armindo Trevisan) e a homenagem ao polêmico personagem. Até penso que o local no final das contas ficou de acordo, tendo em vista que o Moinhos de Vento tem a sua população calcada em famílias do ramo empresarial, mas uma homenagem dessas causa inquietações por causa da época negra marcada pela Ditadura.




ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre: História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.