Interessante saber o método como antigamente funcionava a zona portuária da Voluntários da Pátria, aonde as empresas tinham armazéns com grandes pórticos com caminhos de trilhos para vagões recolherem as cargas trazidas por navios. Essa característica fez com que a arquitetura do local tivesse uma certa uniformidade para adequação do sistema adotado por quase todas as sociedades comerciais da época. As estruturas abaixo foram projetadas por Theodor Wiederspahn e apresentam a já citada entrada com grandes proporções e alguns poucos elementos decorativos. Uma pena que apenas as fachadas sobraram.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Armazéns de Theo Wiederspahn
Interessante saber o método como antigamente funcionava a zona portuária da Voluntários da Pátria, aonde as empresas tinham armazéns com grandes pórticos com caminhos de trilhos para vagões recolherem as cargas trazidas por navios. Essa característica fez com que a arquitetura do local tivesse uma certa uniformidade para adequação do sistema adotado por quase todas as sociedades comerciais da época. As estruturas abaixo foram projetadas por Theodor Wiederspahn e apresentam a já citada entrada com grandes proporções e alguns poucos elementos decorativos. Uma pena que apenas as fachadas sobraram.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
DetalhesPOA: Placa de Inauguração do Instituto de Química
"Inaugurado
em 8 de junho de 1926
Por S. EXa. o Snr.
Dr. Washington Luis
Pereira de Souza
Presidente Eleito da
República"
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Construção do Julinho
domingo, 21 de novembro de 2010
Construção do Antigo Instituto de Química da UFRGS
Referência:
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Busto do Coronel Caminha
Na entrada do Hipódromo do Cristal encontramos este antigo busto de Coronel Caminha, um dos fundadores da Associação Protetora do Turfe (ALVES, 2004). A homenagem pertencia a antiga sede da instituição que era no Moinhos de Vento (aonde hoje é o Parcão). Sua data de criação é incerta, para Alves (2004) indica que seria entre a década de 1910 e o ano de 1922. A obra possui uma placa de identificação do Atelier de Escultores J. F. Friederichs sendo sua autoria (ainda não confirmada) de André Arjonas.
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre: História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
DetalhesPOA: Entrada Social do Jockey Club
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Reflexo
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Busto Realocado
Em maio/junho deste ano a Prefeitura de Porto Alegre fez uma pequena restauração na Praça Argentina e com isto o busto de San Martin foi realocado para este novo sitio. Aqui deve-se fazer uma observação que os restos da estátua de Apollinário Porto Alegre nem foram tocados, continuando um deprimente pedestal vandalizado. No novo local a obra foi colocada em um pedestal simples e sem nenhum resquício ou espaço para as placas comemorativas originais. Ao lado do monumento foi colocada uma pequena placa onde mostra que a restauração e realocação foi ofertada pelo Consulado da Argentina e pela "La Comunidad de Residentes Argentinos".
Busto vandalizado em seu lugar original
Já restaurado na praça Argentina.
Referências:
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
O novo astral da Praça Argentina. Zero Hora. Porto Alegre, 24 ago. 2010, p.39.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Medalhão de Joaquim Murtinho
Imagem do medalhão ainda conservado.
Fonte: http://www.ligahomeopaticars.com.br/noticias/index.php?id=54&tipo=2027
Referências:
Histórico. Disponível em: http://www.ligahomeopaticars.com.br/noticias/index.php?id=54&tipo=2027
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Monumento à Árvore
Fonte:
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - IX
O Novo Bicentenário
Durante muitos anos Porto Alegre utilizou-se da data definida por Loureiro da Silva. Entretanto ainda existiam polêmicas na sociedade intelectual da cidade já que muitos viam Jerônimo de Ornellas como um simples estancieiro agraciado com terras. A questão principal gira em torno do termo colonização, que demonstraria um ato de povoamento de determinado território com famílias. Riopardense de Macedo atesta uma nova visão histórica onde o “povoamento de Porto Alegre deve ser contado a partir da chegada dos casais açorianos vindos de Santa Catarina, em 1752, e que a data de fundação do povoado poderia ser a da criação da freguesia.” (MACEDO, 1973, p.62). É com base nessa idéia que surge uma teoria concreta sobre do povoamento da futura capital quanto esta vira a Freguesia de São Francisco de Chagas em 26 de março de 1772, segundo documento estudado pelo IHGRS.
Na gestão de Telmo Thompson Flores (de
A nova comemoração bicentenária de Porto Alegre foi bem mais discreta do que a de 1940. O Correio do Povo não apresentava grandes matérias sobre a comemoração, concentrou-se em alguns textos de historiadores que comentavam a data. A prefeitura também não quis fazer festividades mais incisivas e as propagandas homenageando a cidade foram mais contidas.
______________________________________________________________
Aqui encerro a série sobre o Falso Bicentenário, devo apontar que encaixar um tema tão interessante e pouco abordado em uma disciplina da faculdade foi muito bom! Abaixo segue uma foto do autor que vos fala no dia da apresentação do referido trabalho.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - VIII
Marcos do Bicentenário
Monumentos e marcos são obras recorrentes a todo o tipo de formação social. Cada grupo tem sua relação histórica retratada através de tais indicadores. Durante a primeira comemoração do bicentenário da cidade houve diversas inaugurações e festejos. Como a festa foi pensada poderíamos até dizer que as novas avenidas abertas poderiam enquadrar-se como grandes marcos históricos para as respectivas comemorações. Isto ficaria mais evidente pelo fato de que em cada inauguração houve a colocação de uma placa alusiva ao fato. Todavia estas não caracterizam em si uma homenagem direta ao ato festivo do bicentenário de 1940.
Entretanto podemos achar ainda hoje na cidade dois marcos que foram inaugurados para homenagem ao bicentenário. A pesquisa não poderia deixar passar em branco tais pontos já que estes se encontram fora do conhecimento da sociedade atual. As respectivas homenagens estão no Parque da Redenção e no Paço dos Açorianos. Um deles foi achado como referência no Correio do Povo e o outro tem sua origem incógnita, sendo citado apenas em um livro de Walter Spalding.
O primeiro deles tem a sua origem detalhada pelo Correio do Povo do dia 09/11/1940, onde aparece uma convocação sobre “inauguração de uma placa de bronze, com as efígies de Jerônimo de Ornellas, fundador da cidade, e do Prefeito Loureiro da Silva, oferecida pelo funcionalismo municipal.” (Correio do Povo de 09/11/1940, p.2). Obs.: Esta peça já foi abordada anteriormente no ArquivoPOA no post "O Falso Bicentenário de Porto Alegre" publicado em 29/07/2009, todavia somente com esse trabalho de pesquisa foi possível achar a sua origem. Tal efígie foi elaborada por Fernando Corona com base em estudos executados por Walter Spalding de como seria a aparência do antigo colonizador. Na inauguração houve um pronunciamento de Spalding e a entrega de duas miniaturas a Loureiro da Silva. Tal homenagem aparece com grande exaltação nas páginas do jornal (Correio do Povo de 10/11/1940, p.6), todavia o marco demonstra uma evidente comemoração política, já que apresenta o prefeito comparado ao papel “mitológico” difundido pelas pesquisas históricas da época sobre Jerônimo de Ornellas. A homenagem pode ser encontrada ainda nos dias atuais no Paço dos Açorianos.
Figura: Efígie comemorativa do bicentenário no Paço Açoriano.
A segunda homenagem está localizada no Parque da Redenção, perto da área fronteiriça ao Viaduto da Avenida João Pessoa. Sua origem é uma grande incógnita, já que não foram achadas referências no Correio do Povo ou na Revista do Globo. Todavia o pesquisador de arte urbana, José Francisco Alves, em seu livro A Escultura Pública de Porto Alegre (2004), apresenta uma pequena referência da obra. Trata-se de uma coluna de estilo jônico chamada de “Coluna Brasileira”, que apresentava em um bronze o mapa da sesmaria de Jerônimo de Ornellas, infelizmente a chapa foi roubada há décadas atrás. Perdida nas redondezas do parque, o monumento seria “(...) conforme idealização do professor Tupi Caldas.” (SPALDING, 1967, p. 250, apud, ALVES, 2004, p. 171).
Figura: Coluna Brasileira em estado de abandono no Parque da Redenção.
A análise desses dois pequenos marcos serve para mostrar como um equívoco histórico pode permanecer na paisagem urbana de uma cidade. No caso da Coluna Brasileira, deve-se apontar a perda do significado de um símbolo, causando a falha na compreensão histórica de pesquisadores e da população em geral com relação ao monumento. A efígie de Jerônimo de Ornellas com Loureiro da Silva aponta para a reflexão de como a política decide quais pessoas deverão ser homenageadas e/ou imortalizadas no imaginário popular, fato este precipitado já que a obra faz parte dos festejos do antigo bicentenário da cidade, onde o prefeito estava em pleno uso de seu cargo.
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - VII
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - VI
O III Congresso Sul-Riograndense de História e Geografia
Nota-se um grande destaque para o referido evento donde provém a publicação de anais com 2978 páginas (MONTEIRO, 2002, p.23). Esta reunião de artigos propôs juntar a maior quantidade possível de estudos sobre Porto Alegre e o Rio Grande do Sul. Para formar tal documento foram reunidos trabalhos escritos por diversos autores como membros do IHGRS, advogados, professores universitários e jornalistas. Tal iniciativa foi vista como um grande marco da produção literária sobre os respectivos assuntos.
O Congresso tinha como principal missão uma divulgação maior sobre os estudos históricos de Porto Alegre. Com esta preocupação Walter Spalding divulga um artigo intitulado “A escravatura
Um artigo intitulado “Evolução Arquitetônica de Porto Alegre” feito por Ernani Corrêa (MONTEIRO, 2002, p.29) chama a atenção pelo apelo político. No documento existe uma análise da história da cidade dividida em três períodos: Otávio Rocha, Alberto Bins e Loureiro da Silva. O texto aborda a questão do Plano Diretor de Porto Alegre e das mudanças que as três referidas administrações executaram. Nesta analise é evidenciada a beleza dos chamados prédios modernos do Centro da cidade autorizados pelos dois últimos prefeitos.
A cada dia de Congresso o Correio do Povo exibia uma completa reportagem com informações discutidas nos eventos e a programação da reunião subsequente. Fica claro o apelo feito na mídia pelo grupo intelectual que compunha a edição como Gilberto Freyre, Mário de Andrade e Getúlio Vargas (MONTEIRO, 2002, p.22).
terça-feira, 27 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - V
O Primeiro Dia de Festas
Segundo o Correio do Povo de 6 de novembro de 1940, nota-se que o início das festividades ocorreram conforme publicado originalmente dias antes pelo jornal. A Chama do Progresso saiu de Viamão pontualmente às 08 horas e 30 minutos e teve seu trajeto executado por cerca de 200 atletas. Enquanto isso acontecia a missa na frente do Paço dos Açorianos. A pira chegou às 11 horas e foi recebida pelo atleta mais jovem da capital: um menino de 7 anos. O comércio cumpriu o acordo e teve suas atividades iniciadas somente durante a tarde.
Ao acender a pira com a Chama do Progresso uma banda marcial executou o Hino Nacional enquanto uma revoada de mais de mil pombos foi solta. Do alto do edifício da Casa Guaspari “vibravam vários clarins e fanfarras, ao mesmo tempo que eram hasteadas quatro bandeiras no mastros do edifício da municipalidade” (Correio do Povo de 06/11/1940, p.7). Da sacada do Paço dos Açorianos, Loureiro da Silva apareceu para proferir um caloroso discurso dando o encerramento das festividades da manhã.
O turno da tarde reservou a abertura de atividades em diversos lugares da cidade. Às 14 horas houve uma competição ciclística pelas ruas da cidade, a Quinta Volta da Cidade de Porto Alegre. Na Faculdade de Direito foi dado início ao III Congresso Sul-Riograndense de História e Geografia. Este teve Loureiro da Silva fazendo o discurso inicial, ao qual foi reproduzido das páginas do Correio do Povo do dia 6 de novembro. O fim do primeiro dia contou com uma exposição de objetos antigos no Clube do Comércio e uma grande queima de fogos de artifício em uma doca do Guaíba.
Figura: Início das comemorações na Praça Montevidéu.
Fonte: Correio do Povo de 06/11/1940, p.7.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - IV
Propagandas de Época
Em todas as edições do Correio do Povo de novembro de 1940 aparecem propagandas alusivas ao bicentenário. Estas são formuladas por diversas casas comerciais conhecidas da cidade, entre elas a Guaspari e a Casa Theo Möller. Isto demonstra como a festa promovida pela intendência municipal havia alcançado uma elevada aceitação.
Figura: Casa H. Theo Möller com propaganda alusiva ao bicentenário.
Fonte: Correio do Povo de 03/11/1940, p.10
Figura: Propaganda da Guaspari alusiva ao bicentenário
Fonte: Correio do Povo de 03/11/1940, p.3
Interessante também ressaltar que o comércio foi orientado para manter as portas fechadas até as 12 horas do dia 5 de novembro. Este acordo foi firmado entre a prefeitura e a Associação Comercial dos Varejistas e teve seu anúncio oficial publicado de maneira formal no Correio do Povo do mesmo dia. Ficava evidenciado que todo o foco da cidade deveria estar na região que compreende a Praça Montevidéu onde aconteceriam todos os atos solenes iniciais.
A municipalidade usou as páginas iniciais do Correio do Povo para publicar chamamentos à população da cidade para os eventos que aconteceriam conforme o dia. O primeiro anúncio foi colocado na capa da edição do dia 5 de novembro e trazia a convocação da missa solene para dar início às comemorações do bicentenário da cidade. A partir desta data o jornal apresentava a cada dia um novo boletim assinado por Loureiro da Silva ou pelo “Departamento Central do Bi-Centenário” sobre as respectivas festas do dia.
Figura: Convite para a população participar da missa.
Fonte: Correio do Povo de 05/11/1940, p1.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alege - III
A FESTA DO BICENTENÁRIO EM 1940
O bicentenário de Porto Alegre foi concebido de maneira extraordinária dentro da sociedade gaúcha. Tendo Loureiro da Silva como liderança dos festejos, o IHGRS, clubes, comerciantes e a imprensa armaram todo um complexo de festejos que duraram quase todo o mês do respectivo ano. Tais atos tiveram ampla repercussão na mídia impressa da época e mobilizaram quase todos os habitantes da capital.
A festa neste trabalho foi analisada com base nas reportagens do jornal Correio do Povo e da edição especial da Revista do Globo. Com referência nestes impressos podemos analisar toda a dimensão e repercussão do evento e seu legado deixado para a história da cidade.
No Correio do Povo do dia primeiro de novembro de 1940 apresentava uma reportagem com os detalhes de todos os eventos do bicentenário. No programa consta toda sequência dividida por horários. O maior destaque é a chamada “Chama do Progresso” que viria desde Viamão e chegaria a pé no Paço dos Açorianos. Entre as festividades estavam também previstos uma missa campal, discurso de Loureiro da Silva e o início III Congresso Sul-Riograndense de História e Geografia.
Figura: Garoto que acendeu a chama na frente da Prefeitura no primeiro dia de comemorações. (Correio do Povo de 06/11/1940).
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - II
As Obras de Loureiro da Silva
O início do século XX caracterizou-se pelo crescimento urbano de Porto Alegre. Grandes obras foram iniciadas para remodelar toda a região central e preparar a cidade para sua modernização. Os administradores municipais iniciaram uma empreitada de remodelação urbana que acabaria apenas na década de 70. Um dos percussores deste movimento foi Otávio Rocha. Em sua gestão (1924-1928) houve toda a abertura de ruas e eliminação dos antigos becos do atual Centro Histórico. Este por sua vez foi visto com bons olhos pela população durante a sua gestão, entretanto diversas construções de valor histórico foram demolidas.
Otávio Rocha acabou falecendo durante o desempenho do cargo, com isso deixou diversas obras de ruas e avenidas incompletas. Couberam a seus sucessores (Alberto Bins e Loureiro da Silva) no governo municipal as respectivas finalizações. O plano original de modernização estava tão marcado como meta de sua gestão que temos em seu mausoléu no Cemitério da Santa Casa de Porto Alegre uma representação das principais obras. Para Doberstein (2002) o túmulo retrata o falecido como “individualidade iluminada que, tal como “o sol de uma nova era”, impulsionou a cidade no rumo de seu progresso e bem-estar” (DOBERSTEIN, 2002, p.191).
Figura : Túmulo de Otávio Rocha com suas obras retratadas.
Outro local
Após o falecimento de Otávio Rocha a prefeitura passa ao comando de Alberto Bins. Ele finaliza a obra dita como mais importante em termos de urbanismo para a zona central da cidade: Viaduto Otávio Rocha. Bins tem seu mandato finalizado em 1937 com o advento do chamado Estado Novo. José Loureiro da Silva acaba assumindo o comando da capital.
Loureiro da Silva assume o cargo e logo dá continuidade ao desenvolvimento urbano começado por Otávio Rocha. Baseada na visão apoteótica atribuída ao antigo administrador, ele investe em mais obras públicas da chamada “modernização”. Assim acaba eliminando construções sobreviventes das épocas anteriores e cria três avenidas que teriam destaques nos festejos do bicentenário: Avenida 10 de Novembro (atual Avenida Salgado Filho), Avenida Protásio Alves e Avenida Farrapos.
O fato de grandes obras viárias e a colocação dos festejos de bicentenário no ano de 1940 acabam encaixando-se na doutrina do Estado Novo. Com isso Loureiro da Silva aparece para a população com um tom heróico. Durante todo o mês de novembro longas reportagens foram publicadas sobre o perfeito, inclusive um artigo da Edição Especial da Revista do Globo (Ano XII, nº 285) com o título: “O Amigo Número Um de Porto Alegre”.
As reportagens de página inteira do Correio do Povo acompanhadas de grande cobertura fotográfica do evento, com legendas e textos de tom ufanista, associavam as comemorações do bicentenário às obras urbanas realizadas pelo prefeito Loureiro da Silva. O prefeito aparece em várias fotos ao lado do Interventor Federal Coronel Cordeiro de Farias e do Presidente Getúlio Vargas nas inaugurações das avenidas abertas na cidade. (MONTEIRO, 2002, p.20).
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre - I
A Questão das Datas
Para uma melhor análise sobre o momento da criação de Porto Alegre devemos fazer um contraponto de como era constituída toda a noção de História tanto na cidade quanto no Rio Grande do Sul. Até a década de
É deste período que surge a primeira teoria sobre o aniversário da capital com a publicação da obra intitulada “A Fundação de Porto Alegre” em 1906 pelo jornalista Augusto Porto Alegre. Neste trabalho foi feita uma pesquisa com bases “a partir de pesquisa limitada em documentos, relatos de viajantes e crônicas” (MONTEIRO, 2002, p.16). Em uma análise que começa com a chegada dos casais açorianos a cidade em 1742 até a transferência do título da capital de Viamão para Porto Alegre em 24 de julho de 1773 por José Marcelino de Figueiredo.
Augusto Porto Alegre acabou criando o chamado “mito açoriano” (MONTEIRO, 2002, p.16) para a cidade. O texto foi durante anos a única referência sobre esta faceta histórica da capital. Com o passar da década de 20, Porto Alegre teve uma aceleração de crescimento urbano. Em consequência havia toda uma reformulação urbanística para conceber a evolução natural de toda uma população, fato apontado pelo cronista Antônio Álvares Pereira em 1883 com o livro Antigalhas. Com isso tornou-se necessária a presença de uma especialização no estudo e preservação da história da cidade. Em consequência a essa idéia, nas décadas de 20 e 40 surgem marcos importantes para a profissionalização do historiador no Estado:
A “história”, como “disciplina”, começou a tornar-se um campo de saber autônomo no Rio Grande do Sul com a criação do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul IHGRS – 1920 – e dos cursos superiores de História e Geografia – 1940. Processo este que se estenderia até a década de 1970, com a criação dos Programas de Pós-Graduação em História. (MONTEIRO, 2002, p.14).
Com a criação do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRS) houve uma especialização em toda a publicação sobre História, gerando uma maior confiabilidade de informações tanto para a elite cultural do Estado quanto para o público
Em 1937 José Loureiro da Silva assume o chamado “governo municipal” de Porto Alegre. Ele acaba engajando-se nessa busca histórica sobre o município e integra em sua equipe como bibliotecário o intelectual Walter Spalding, membro do IHGRS. A partir desta parceria começam a ser publicados diversos artigos no chamado Boletim Municipal criado em 1939.
Todavia ainda não existia um consenso sobre a data comemorativa de fundação da cidade. Mesmo com o Instituto funcionando desde 1920 ainda havia dúvidas sobre a data de aniversário proposta originalmente por Augusto Porto Alegre. O ano de 1742, indicado como primeira referência de ocupação territorial, chamava a atenção de Loureiro da Silva, afinal, um possível bicentenário poderia aproximar-se. Entretanto a data oficial continuava a de 1773, para sanar essa dificuldade o prefeito manda um ofício diretamente ao IHGRS em 20 de outubro de 1939 onde:
(...) deixa claro a vontade da administração municipal de esclarecer as controvérsias para poder “assinalar com festivas comemorações a passagem do 2° Centenário da cidade”. Constata-se que essa demanda de “história” estava associada a uma solicitação política e uma vontade “comemorativa” da administração local. (MONTEIRO, 2002, p. 18).
O Instituto prontamente inicia uma grande pesquisa
A nova data de aniversário de Porto Alegre é permeada por uma polêmica, já que acaba servindo como manobra política para o atual prefeito e pelo fato de Walter Spalding assinar o documento final do IHGRS. Loureiro da Silva executava grandes obras na cidade e acaba conseguindo “encaixar” elas na mesma época das comemorações do bicentenário.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Dissecando o Falso Bicentenário de Porto Alegre
A CIDADE
ALBERTO, André. Porto Alegre: de povoado a metrópole em 200 anos. Correio do Povo, Porto Alegre, p.17, 26 mar. 1972.
ALVES, José Francisco. A escultura pública de Porto Alegre: história, contexto e significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
AS COMMEMORAÇÕES DO BI-CENTENARIO DA CIDADE. Correio do Povo, Porto Alegre, p.2, 10 nov. 1940.
AS HOMENAGENS DA CIDADE AO PRESIDENTE DA REPUBLICA. Correio do Povo, Porto Alegre, p.24, 17 nov. 1940.
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DOS VAREJISTAS. Aviso. Correio do Povo, Porto Alegre, p.1, 5 nov. 1940.
BUBLITZ, Juliana. O fotógrafo que viu dois bicentenários da capital. Zero Hora, Porto Alegre, p.4-5, 26 mar. 2009.
CHEGA, HOJE, A ESTA CAPITAL O PRESIDENTE DA REPUBLICA. Correio do Povo, Porto Alegre, p.2, 12 nov. 1940.
COMEMORA-SE O BI-CENTENARIO DE PORTO ALEGRE. Revista do Globo, Porto Alegre, ano 12, n.285, 30 nov. 1940.
CREADO UM SIMBOLO, COM ROUPAGENS, BOTAS, CHAPÉO E BASTÃO DE CAMINHANTE. Correio do Povo, Porto Alegre, p.2, 18 nov. 1940.
DEPARTAMENTO CENTRAL DO BI-CENTENARIO. Correio do Povo, Porto Alegre, p.2, 9 nov. 1940.
DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Estatuários, Catolicismo e Gauchismo. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2002.
FEIRA DE TINTAS 1940. Correio do Povo, Porto Alegre, p.10, 3 nov. 1940.
FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: Guia Histórico. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006.
III CONGRESSO SUL-RIOGRANDENSE DE HISTORIA E GEOGRAPHIA. . Correio do Povo, Porto Alegre, p.12, 5 nov. 1940.
MACEDO, Francisco Riopardense de. Porto Alegre, história e vida da cidade. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1973.
MONTEIRO, Charles. A invenção da história de Porto Alegre. In: KRAWCZYK, Flávio(Org.). Da necessidade do Moderno: o futuro da Porto Alegre do século passado. Porto Alegre: UE/Secretaria Municipal da Cultura, 2002, p.13-33.
O AMIGO NÚMERO UM DE PORTO ALEGRE. Revista do Globo, Porto Alegre, ano 12, n.285, 30 nov. 1940.
O GOVERNO DO ESTADO. Correio do Povo, Porto Alegre, p.1, 12 nov. 1940.
PARA AS FESTAS DO BICENTENÁRIO. Correio do Povo, Porto Alegre, p.3, 3 nov. 1940.
PERSPECTIVAS DA CIDADE. Revista do Globo, Porto Alegre, ano 12, n.285, 30 nov. 1940.
PORTO ALEGRE COMMEMORA COM IMPONENTES DEMONSTRAÇÕES O SEGUNDO SECULO DE SUA COLONISAÇÃO. Correio do Povo, Porto Alegre, p.7, 6 nov. 1940.
PORTO ALEGRE COMMEMORA, HOJE, O BI-CENTENÁRIO DE SUA COLONISAÇÃO. Correio do Povo, Porto Alegre, p.11, 5 nov. 1940.
PORTO ALEGRE TRIBUTOU EXCEPCIONAES HOMENAGENS AO PRESIDENTE GETULIO VARGAS. Correio do Povo, Porto Alegre, p.3, 13 nov. 1940.
POSIÇÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO. Correio do Povo, Porto Alegre, p.17, 26 mar. 1972.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Caminhos abertos. Correio do Povo, Porto Alegre, p.9, 26 mar. 1972.
SILVA, José Loureiro da. Convite à População. Correio do Povo, Porto Alegre, p.1, 5 nov. 1940.
SILVA, José Loureiro da. Convite à População. Correio do Povo, Porto Alegre, p.1, 11 nov. 1940.
SILVA, José Loureiro da. Convite à População. Correio do Povo, Porto Alegre, p.3, 12 nov. 1940.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Casa Masson - A Casa dos Bons Relógios
Propaganda de 1940 da clássica loja que funciona até hoje em Porto Alegre.
Fonte: Revista do Globo, ano XII, nº 285 de 30/11/1940. Disponível para consulta no Arquivo Histórico Moysés Vellinho.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Calçados da Casa Danilo
Pequena imagem publicitária na Revista do Globo.
"CALÇADOS? NÃO PENSE!
Só da CASA DANILO. É a casa que melhor sortimento tem e mais barato vende.
BRAÇANÇA 226"
A antiga Rua da Bragança é a atual Marechal Floriano.
Fonte: Revista do Globo, ano XII, nº 285 de 30/11/1940. Disponível para consulta no Arquivo Histórico Moysés Vellinho.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Os Prêmios do Grêmio em 1972
O time do Grêmio sempre organizou espécies de loterias para receber fundos extras. Nesta imagem tirada do Correio do Povo de 26/03/1972 aparecem todos os prêmios da época que eram oferecidos. Maravilhosos modelos automotivos como o Ford Galaxie, Chevrolet Opala e o Ford Corcel eram sorteados entre os participantes. Também haviam os aparelhos televisivos a cores e em preto e branco, rádios e até apartamentos. Vale a pena ver a imagem em maior resolução (clicando sobre ela) para apreciar os detalhes dos desenhos das premiações.
Fonte: Correio do Povo de 26/03/1972. Disponível para consulta no Arquivo Histórico Moysés Vellinho.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Grenal de 1972 Pela Rádio Guaíba
Imagem retirada do Correio do povo de 26/03/1972 (dia do aniversário da cidade e do segundo bicentenário). Vale ressaltar a equipe de reportagem formada por ícones como Ruy Carlos Ostermann, Lasier Martins, João Bemonte, Lupi Martins e Antônio Augusto. Outra curiosidade é do modelo estereotipado utilizado que segura um grande rádio de pilhas e uma garrafina de Coca-cola.
Fonte:
Correio do Povo do dia 26/03/1972, p.64. Disponível para consulta no Arquivo Histórico Moysés Vellinho.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
[DetalhesPOA] Placa da Hidráulica
Para quem não conhece a Hidráulica do Moinhos de Vento: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidráulica_Moinhos_de_Vento
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Monumento Para o Doutor Mário Rigatto
"Homenagem da população de Porto Alegre ao
eminente médico e exemplar professor universitário
Mário Rigatto, cuja dedicada ao ensino, à
pesquisa e à luta contra o fumo deixaram marcas
indeléveis que nem o tempo poderá apagar.
Porto Alegre, 31 de maio de 2001
Dia comemorativo da Campanha Internacional Antitabagista".
(ALVES, José Francisco: 2004, p.194)
Fontes:
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
Mário Rigatto, meu Mestre. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2000000100009 de Carlos A. M. Gottschall. Acessado em 30/04/2010
Imagem do médico retirada de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2000000100009 Acessado em 30/04/2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
DetalhesPOA: Máscara no Instituto Parobé da UFRGS
Para quem não conhece todo o prédio: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Instituto_Parobé_-_UFRGS.jpg
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O Tiradentes de Vasco Prado
Uma representação única de Joaquim José da Silva Xavier encontra-se na frente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma estátua toda feita em aço inoxidável e inaugurada em 30/11/1976. A idéia original do monumento para Tiradentes foi feita por via de concurso público da ALERGS. Neste houve apenas dois participantes inscritos e acabou sendo anulado. Com isso o artista Vasco Prado foi convidado para construir a homenagem.
Prado queria construir um monumento que saísse das representações clássicas de Tiradentes com o laço no pescoço. A estátua enfatiza uma visão sobre a atitude contestadora do homenageado. Nela existem 3 bocas e a figura está segurando uma imensa flor (normalmente aparece empunhando uma espada). Na parte inferior existe uma frase do vulto: “Dez vidas / eu tivesse / dez vidas eu/ daria...”.
***
O monumento tem grande valor cultural pelas suas características distintas. Até mesmo toda essa mudança foi criticada pelo Movimento de Defesa do Acervo Cultural Gaúcho. O polêmico ser encontra-se muito bem conservado, o único problema é uma árvore que tira uma parte da visão sobre a estátua.
Fonte:
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O Antigo Marco da Jerônimo de Ornelas
A Avenida Jerônimo de Ornelas possui um monólito de granito porto-alegrense na altura do cruzamento com a Avenida João Pessoa. Quem passa por ele não acha o motivo da sua existência, alguns até pensam que foi um antigo pedestal de busto. Porém, ele nada mais era que o marco de inauguração da referida rua, criada em 29/12/1941, cuja placa comemorativa foi roubada há anos. Só podemos notar a existência da antiga chapa através da visualização de buracos dos parafusos que o local continha. Atualmente o marco serve apenas para encostar o lixo da vizinhança, a placa tinha os seguintes dizeres:
“Av. Jerônimo
De Ornelas
Inaugurada
Pelo Sr.
Cel. Oswaldo Cordeiro
De Farias
Interventor Federal
Sendo Prefeito o
Dr. José Loureiro
Da Silva
A construção desta
Avenida saneou
Extensa zona
Construída por
Pântanos insalubres”
(ALVES, José Francisco: 2004, p. 217)
Detalhe dos buracos onde era fixada a placa.
Fonte:
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.