Rivalizando com a
Estátua do General Osório em termos de monumentalidade dentro da Praça da Alfândega, a obra que homenageia José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco) foi mobilizada pelo Clube Militar dos Oficiais da Guarda Nacional em março de 1912, época em que fazia um mês da morte do estadista. Após concorrência pública, o projeto da oficina de João Vicente Friederichs acabou sendo o escolhido. Ficou a cargo de Alfred Adloff a execução da obra, sendo este um de seus primeiros trabalhos em solo brasileiro (ALVES, 2004).
Uma curiosidade da época de produção foi que as duas estátuas (do homenageado e a representação da República) seriam originalmente fundidas na Alemanha em 1914, mas a peça feminina ficou retida no Porto de Santos, sendo que a estátua do Barão retornou pronta para o Brasil em fevereiro de 1915. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, ficou inviável a ida da República para solo alemão, sendo esta finalmente fundida em bronze na própria oficina de João Vicente Friederichs (ALVES, 2004; DOBERSTEIN, 2002).
A obra foi inaugurada em 7 de setembro de 1916 em uma área privilegiada na frente da sede dos Correios e Telégrafos contando com uma grande cerimônia militar tendo Vieira Pires como orador oficial. Nos anos de 1924 e 1929 delegações do Uruguai fixaram placas comemorativas no pedestal da obra (ALVES, 2004).
O conjunto escultórico apresenta o Barão segurando os óculos em uma mão e na outra documentos que, segundo Alves (2004), representam os tratados que o estadista assinou em nome do Brasil. A estátua feminina é uma alegoria da República pois porta uma grande bandeira brasileira e oferece uma coroa de louros (peça já roubada) para o homenageado em gesto de gratidão (ALVES, 2004). Também se destacam os quatro painéis que cobrem as laterais do pedestal.
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre: História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Estatuários, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2002.