segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Caminho Esquecido dos Palácios


Os poderes políticos e religiosos sempre conviveram lado a lado na capital. Palácio Piratini, Cúria Metropolitana e Catedral Nossa Senhora Mãe de Deus formam um conjunto arquitetônico de grandeza dessas lideranças. Sediados na parte alta do centro (Rua Duque de Caixas) eles fazem um belo cartão postal da cidade.
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Entre a Catedral e o Palácio Piratini existe uma via fechada que poucos conhecem. Ela não tem nome e teve apenas a entrada criada. Seu projeto remonta ao final dos anos 20. Era para ser uma ligação da Rua Duque de Caxias com a Fernando Machado. A idéia consistia em um passeio nobre para os pedestres, dignificando os centros de poderes eclesiásticos e governamentais. 
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Ela apresenta calçamento com pedras no estilo lusitano e acaba no corredor de entrada da Cúria Metropolitana. Na parte que fica entre o Palácio Piratini a Catedral existe uma escadaria muito bem trabalhada com colunas. Ela que tranca a passagem de uma lado para o outro dos prédios. As escadas estão dispostas de uma maneira “palacial” que faz o pedestre ter uma passagem nobre de elevação. Essa característica é a mesma notada na entrada da Cúria. Todos os palácios tem esse tipo de recurso em que a pessoa eleva-se com uma grande visualização. Não é sabido o motivo do abandono do respectivo projeto.

UPDATE 06/05/2014:
O post publicado originalmente em 18/01/2010 se refere a Escadaria da Rua Dom Sebastião, projetada possivelmente por Christiano de la Paix Gelbert em 1928. A ideia de criar a área foi de Dom Sebastião Dias Laranjeira em 1868 no intuito de fazer uma ligação com a Rua Duque de Caxias. Em 1877 casas foram desapropriadas e após 10 anos de total abandono, foi criada uma rampa no local. A obra acabou se tornando um depósito de lixo a céu aberto e por causa da grande inclinação, era pouco utilizada por pedestres (FESTUGATO, 2012). O problema só foi sanado em 1928 com a criação da atual escadaria.

Projeto original da escadaria onde a autoria do desenho é de Gelbert. Retirado de Festugato (2012, p.47).

Localização do pórtico de entrada.

Visão geral do pórtico.

Portão fechado.

A área de passeio não finalizada. Notem o final do calçamento em estilo português. No canto esquerdo está a Cúria Metropolitana.





FESTUGATO, Taísa. A arquitetura de Christiano de la Paix Gelbert em Porto Alegre (1925-1953). 2012, 180 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura)-Programa de Pesquisa e Pós-Gradução em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/67061> . Acesso em: 06 maio 2014.

Um comentário:

Jorge Luis Stocker Jr. disse...

Interessantíssimo este caminho. Ele pode ser visitado?
Porto Alegre ainda tem muitos recantos preciosos!

Quanto ao Palácio da Justiça de POA: gostei muito do projeto de restauro/reforma, por ter contemplado a finalização do projeto original e realçado suas características do modernismo.
E tbm pela perspectiva inédita de usar o projeto como patrimônio, e não a construção em si. Novos tempos, novas interpretações!

Pra mim o melhor foi a complementação com as obras de arte, já previstas na época. Acho que a estátua e os relevos fizeram toda diferença para os ares de palácio do prédio. Pena o Fernando Corona não estar mais vivo para tê-los executado.