Obra criada em 1918 por Eduardo de Sá após uma avalanche de polêmicas com o escultor Pinto de Couto. O homenageado é o Barão de Santo Ângelo (Manoel Araújo Porto Alegre) que foi um pintor e poeta que apoio o inicio do movimento artístico brasileiro. Segundo Alves (2004), o monumento havia sido instalado na Praça da Alfândega em janeiro de 1918, mas somente em 17 de junho de 1918 é que foi inaugurado com cerimônia onde discursou Alcides Maia. O pedestal em granito foi executado por Antônio Cadória e para Doberstein (2002) apresenta volutas que representam claves de sol. Existia um ornamento em bronze de uma harpa com três estrelas, mas este foi roubado há muito tempo atrás (ALVES, 2004).
A polêmica que permeia a obra advém do concurso nacional publicado no jornal A Federação de 25 de abril de 1917. Dos cinco autores que se inscreveram, dois foram selecionados para serem julgados, sendo Eduardo de Sá e Pinto de Couto. Em 2 de junho o jornal divulga Sá como o vencedor da concorrência. Couto discordou da escolha feita e pediu que o intende José Montaury e o Presidente do Estado Borges de Medeiros enviassem os dois projetos para avaliação na Escola Nacional de Belas Artes (ALVES, 2004).
Logo após a divulgação do ganhador, surgiram diversas opiniões que também divergiam sobre a proposta escolhida, principalmente no jornal Última Hora. Mesmo com a divergência, nada mudava na situação do resultado, foi então que Pinto de Couto publicou um livro intitulado "O Monumento ao Barão de Santo Ângelo" já em 1918. O autor nomeia o fato como o "caso das maquetes" e enuncia que sua representação do Barão de Santo Ângelo, que era feita com um busto de meio corpo onde o homenageado segurava uma aquarela, representa a principal faceta de reconhecimento do Barão: a pintura (ALVES, 2004).
O grande problema do projeto de Pinto de Couto pelo visto foi destacar apenas o aspecto da pintura dentro da vida de Manoel Porto Alegre, ou seja, seria uma espécie de simplificação. Eduardo Guimarães que fez parte da comissão julgadora dos projetos, apontou que a obra desclassificada era simplista por tratar apenas uma faceta do homenageado e até mesmo vulgar pelos seus adereços (ALVES, 2004).
A placa da imagem acima foi fixada posteriormente, originalmente no pedestal o texto havia sido colocado letra por letra. (ALVES, 2004).
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre: História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Estatuários, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2002.
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