terça-feira, 30 de março de 2010
DetalhesPOA: Brasão do Rosário
Brasão na parte superior do Colégio Rosário na Avenida Independência. Abaixo aparece a inscrição: AD VERUM DVCI
sexta-feira, 26 de março de 2010
O Falso Bicentenário de Porto Alegre - Parte 2: A Coluna Brasileira
Rata-se de uma coluna feita de granito rosa porto-alegrense com um capitel jônico. Segundo José Francisco Alves citando Walter Spalding, essa obra tem o nome de Coluna Brasileira e o autor é desconhecido. Os únicos dados referidos são que: “desenho ser de Edla da Silva e conforme idealização de professor Tupi Caldas, sendo os trabalhos de cantaria realizados nas oficinas Vitor Depperman” (ALVES, 2004: 171). Existia uma placa com um baixo relevo onde havia um mapa desenhado com a sesmaria de Jerônimo de Ornelas. Essa parte já foi roubada há muitos anos.
A obra encontra-se praticamente perdida no meio da Redenção. Fica escondida no meio de diversas árvores perto a Avenida João Pessoa (altura dos pedalinhos). Estando assim totalmente esquecida da memória da população e depredada. O local é muito hermo e ponto de encontro de usuários de drogas, mendigos e deliquentes. E obviamente virou apenas uma coluna perdida, sem nenhum tipo de significado (já que não existe mais a placa comemorativa).
A Coluna é um monumento que tem um valor histórico magnífico, tendo em vista que, é resultado de uma visão equivocada da antiga história da cidade. Seria muito interessante a remoção dela para um lugar onde possa ser valorizada. Teoricamente ela foi inaugurada em 1940, porém, não é um dado confirmado.
terça-feira, 23 de março de 2010
O Julinho e Sua História
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Sua sede original era em um porão de um do Instituto de Engenharia de Eletro-Técnica. Nessa época tinha tinha a nomenclatura de Ginásio do Rio Grande do Sul. Somente 1908 ele recebeu o nome de Julio de Castilhos. Após alguns anos teve seu devido prédio sediado no local onde fica a atual faculdade de economia da UFRGS. Era um dos mais luxuosos edifícios da capital, construído entre 1909 e 1911. Seu projeto foi elaborado por Manoel Itaqui. Possuía em sua fachada duas gigantescas estátuas representando as ciências e as artes. Tal glamour era atribuído ao fato de que seus estudantes eram da elite da cidade.
Em 16 de novembro de 1951 os alunos depararam-se com o prédio em chamas. Não foi achada a causa real de tal sinistro na época, sendo até hoje formulada a teoria de "sabotagem". Sobraram dessa feita apenas as estátuas da fachada (que foram perdidas ou destruídas de maneira até hoje desconhecidas) e um conjunto formado por um busto de Julio de Castilhos com dois grifos (eles são mantidos até hoje no saguão do atual colégio).
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No final da década de 50, após vários anos em lugares improvisados, o colégio ganha uma nova sede em um monumental prédio de estilo moderno. Até hoje é considerado um dos maiores colégios com área construída do Rio Grande do Sul. Até os anos 70 havia uma grande demanda de alunos (cujo ingresso se dava por uma espécie de vestibular). Entre diversos fatos importantes deve-se destacar o surgimento do movimento tradicionalista gaúcho dentro da escola.
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O Julinho mantinha uma tecnologia de ponta de ensino, com laboratórios, auditório e até mesmo um sistema de aulas por vídeo conferência. A sua estrutura de dois prédios interligados era inteiramente usada em todos os turnos de aulas. Com o passar do tempo o governo estadual achou que era desnecessário concentrar tanto investimento em um único estabelecimento de ensino. Sendo assim, nos anos 80 o colégio começou com um sucateamento sem fim. Dando a minha opinião de ex-aluno, afirmo que nem metade da infrestutura é utilizada atualmente. Uma grande pena, o prédio oferece diversas possibilidades que não são exploradas. Tirando esses pontos negativos, devemos exaltar uma instituição mais que centenária.
Fontes:
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
Zero Hora do dia 23/03/2010
Imagens:
Dos antigos prédios: www.lume.ufrgs.br
Colégio atual: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq041/041_00_04.jpg
domingo, 21 de março de 2010
Os Nomes Que Porto Alegre Já Teve
1730 - Porto do Viamão*
1740 - Porto do Dorneles*
1752 - Porto dos Casais
1772 - Porto de São Francisco dos Casais
1773 - Freguesia de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre
1809 - Vila de Nossa Senhora Madre de Deus Porto Alegre
1822 - Cidade de Porto Alegre
1841 - Leal e Valorosa Cidade de Porto Alegre
*As datas de 1730 e 1740 são aproximadas.
Fonte: História Ilustrada do Rio Grande do Sul, Já Editores, Porto Alegre: 1998
quinta-feira, 18 de março de 2010
A Primeira Estátua de Porto Alegre
Recentemente foi abordado aqui no blog a questão do primeiro monumento da cidade. Era a fonte Guaíba e Afluentes. Como explicado, ela foi a primeira na cidade a receber uma menção de homenagem, criada no ano de 1866. Teve suas peças importadas da Itália de um catálogo, sendo que, a única parte que mostrava a singularidade eram os nomes nas bases de cada figura. E não devemos esquecer que ela era um chafariz. Sendo assim, vamos abordar a primeira estátua inteiramente criada e colocada na capital (com a sua modelação feita na cidade). Trata-se do monumento ao Conde de Porto Alegre.
O homenageado chamava-se Manuel Marques de Souza III. Foi combatente em diversas batalhas (Passo do Rosário em 20 Fev 1827, ao final da Guerra da Cisplatina, 1825/28; na Revolução Farroupilha, 1835/45; na Guerra contra Oribe e Rosas, 1851/52). Era um tenente-general que foi de vital importância para a retomada de Porto Alegre das mãos dos Farroupilhas. Sendo assim, a cidade sempre se viu obrigada a homenageá-lo.
A estátua do Conde foi encomendada em 1878, sendo o seu projeto original vencido pelas firmas Pittanti & Cia e José Obino Sucessor. Tal projeto previa um pedestal de
A estátua foi inaugurada no dia 1º de fevereiro de 1885 dentro da atual Praça da Matriz (com direito da presença da Princesa Isabel na solenidade). Esse monumento não tinha a semelhança do projeto original (que possuía um conceito muito mais monumental). A versão definitiva teria sido de autoria de Adriano Pittanti e Carlos Fossati.
Durante alguns anos a estátua ficou na Praça da Matriz, porém, em 1912 ela foi transferida para a antiga Praça do Portão (atual Praça Conde de Porto Alegre). A mudança de local foi motivada pelo auge do governo positivista, visto que, era contraditória a permanência de monumento de um membro da monarquia perto do palácio do governo.
A estátua continua até hoje na referida praça. Há anos está com a espada quebrada, pichada e com problemas de umidade causadas pelas árvores do local. A primeira estátua criada
Fontes:
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
BICENTENÁRIO DO CONDE DE PORTO ALEGRE <http://74.125.93.132/search?q=cache:CzM1xXLmKwgJ:www.ihtrgs.org/informativo/23.doc+Bicenten%C3%A1rio+do+Conde+de+Porto+Alegre&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acessado em 17/03/2010
Conde de Porto Alegre <http://www.paginadogaucho.com.br/pers/n-conde-pa.htm> Acessado em 17/03/2010
Imagem do Conde: http://farm2.static.flickr.com/1325/1148127904_596fcdd2f1.jpg de Virgílio Calegari. Acessado em 18/03/2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
O Primeiro Monumento de Porto Alegre
Porto Alegre teve seu primeiro marco comemorativo em um chafariz. Ele era derivado de uma leva de chafarizes instalados pela Cia Hidráulica para oferecer água potável aos habitantes. Foi originalmente instalado na Praça da Matriz em 1866 e a sua homenagem era para o Rio Guaíba, tendo seu projeto atribuído ao arquiteto José Obino.
A já citada empresa implementou diversos chafarizes na cidade, porém, esse do Guaíba foi o terceiro a ser instalado. A questão de ele ser considerado um monumento é que foi o primeiro a fazer uma menção de homenagem. Os outros dois eram meramente decorativos, entretanto, o monumento também tinha peças decorativas pré-fabricadas (originadas da região de Carrara). Somente nas bases das figuras é que notava-se a singularidade das estátuas. Cada uma trazia escrito o nome de cada afluente do Rio Guaíba: Caí, Gravataí, Sinos e Jacuí. Sem contar de uma que representava o próprio homenageado.
O conjunto era composto por cinco estátuas. Elas eram divididas em duas figuras femininas e outras duas masculinas. Essas ladeavam uma elevada representação masculina da república, que representava o Guaíba. As mulheres tem em suas bases as denominações de Cahy e Sinos, e os homens,Gravatahy e Jacuhy.
O chafariz ficou até o ano de 1910 na Praça da Matriz. Acabou tendo a sua estrutura demolida para a colocação do atual monumento a Julio de Castilhos. As estátuas foram preservadas e guardadas em depósitos da prefeitura. Em 1923 elas foram vendidas para particulares. Seus donos queriam transformá-las em pó de mármore, porém, após uma campanha de mobilização feita pelo Correio do Povo, elas foram novamente compradas pela prefeitura com a promessa de sua reutilização em logradouro público.
A promessa não foi atendida e um tempo depois as peças foram novamente vendidas. Elas passaram por diversas mãos, até mesmo foi adquirida pela Casa Aloys, até retornar a prefeitura por volta de 1935. Nesse ano elas foram instaladas na Praça Dom Sebastião, porém, a figura do Guaíba já não estava mais no conjunto. Segundo José Francisco Alves, ela continua nas mãos de particulares até hoje.
As quatro figuras remanescentes, que constituem os afluentes do Guaíba, passaram por diversas fases de depredação na referida praça. Em 1983 foram removidas para um depósito da prefeitura. Em 1986 elas foram alvos de polêmica na Câmara de Vereadores por causa do seu abandono. Mesmo assim ficaram confinadas por mais 10 anos. Somente em 1996 elas retornaram para a referida Praça Dom Sebastião.
No retorno das estátuas foi criado um espelho d’água. Possivelmente isso fazia parte de uma retomada da característica original do monumento, com direito ao pedestal da já esquecida estátua do Guaíba. Infelizmente, ela até hoje não foi colocada lá, sendo que, temos um lugar sem água e com um melancólico espaço vazio.
O primeiro monumento da cidade encontra-se esquecido e totalmente vandalizado (sujo e com partes retiradas). Poucas pessoas que passam diariamente pelas estátuas têm a noção que elas existem desde 1866 e do seu significado. O que originalmente era chamado de “Guaíba e Afluentes” está há anos caracterizado apenas por “afluentes”.
Foto das estátuas com o pedestal do Guaíba vazio.ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004.
Foto da fonte: http://www.imobmeninodeus.com.br/memoriasdepoa.htm Acessado em 15/03/2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
Estaleiro Só: do Ápice até as Ruínas
domingo, 7 de março de 2010
DetalhesPOA: Frontão com Monograma da Irmãos Bopp
sábado, 6 de março de 2010
Dica: Estatuários, Catolicismo e Gauchismo
Título: Estatuários, Catolicismo e Gauchismo
Autor: Arnoldo Walter Doberstein
Editora: EDIPUCRS
Ano: 2002
Páginas: 372
Outro livro básico que deve ser mencionado antes de falar sobre monumentos
O material é dividido pelas épocas do fluxo de produção estatuária. O autor desenvolve sua tese com uma progressiva reunião da história dos escultores e suas obras. Tudo começando pelo surto fachadista na Porto Alegre positivista e passando pela arte cemiterial, estátuas religiosas e da tendência da “gauchização” de monumentos.
Estatuários, Catolicismo e Gauchismo apresenta explicações sobre o significado diversos símbolos e estilos de escultura. Essa análise abrange apenas os monumentos de ordem formal clássica: estátuas, hermas, obeliscos e arte fachadista. Não existem menções da dita arte modernista.
Uma pequena crítica deve ser feita: as imagens. Diferente do livro de José Francisco Alves, Estatuários apresenta figuras com uma resolução precária. Isso afeta em muito a compreensão do significado dos monumentos, visto que, muitas obras já foram depredadas. Mas esse detalhe não tira o brilho dessa magnífica e obrigatória obra.
sexta-feira, 5 de março de 2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
Dica: A Escultura Pública de Porto Alegre
Título: A Escultura Pública de Porto Alegre – História, Contexto e Significado.
Autor: José Francisco Alves
Editora: Artfolio
Ano: 2004
Páginas: 264
Esse post inaugura as dicas de livros e teses sobre Porto Alegre. O espaço destina-se para o comentário sobre publicações que ajudem na compreensão e/ou aumentar a curiosidade sobre a cidade. Diversos livros que serão citados aqui são referências para o blog. Nesse caso, o Escultura Pública de Porto Alegre será amplamente utilizado em 2010, visto que, esse ano teremos uma busca da assimilação de fatos através de monumentos, bustos e etc...
Nesse trabalho José Francisco Alves cataloga e discute toda a escultura pública de Porto Alegre. Partindo da história dos primeiros trabalhos instalados na cidade até teorizações de arte moderna, o autor cria um documento formidável e muito completo. O material apresenta diversas questões de urbanismo, política e compreensão da respectiva arte ao ar livre. Tais reflexões são endossadas pela comparação com outros trabalhos plásticos existentes em outros países.
Seu principal atrativo está no catálogo de obras. Lá estão divididos todos os tipos de arte pública da cidade por épocas de instalação e pelo estilo (estátuas, bustos, arte moderna, fontes, marcos e outros). Com fotos em boa qualidade que mostram detalhes pertinentes para a assimilação das obras. Todas elas são acompanhadas por mapas de localização ao final do livro.
Um fato louvável é a catalogação de obras que não saíram do papel e de outras que foram destruídas pelo tempo. Todas ilustradas por imagens raras de diversos arquivos fotográficos públicos e particulares. Esse resgate da história perdida vai ser amplamente abordado futuramente no ArquivoPOA.
Não devemos esquecer do papel vital que esse livro estabelece com a sociedade. As obras públicas são intensamente depredadas a cada dia. Dessa maneira, o Escultura Pública eterniza uma forma de memória que a qualquer momento pode ser devastada em nossos parques e praças.